O que é API: definição, tipos e exemplos práticos para o seu negócio
Com a crescente demanda por integração de sistemas e a necessidade de se desenvolver aplicativos que se comuniquem com diferentes plataformas, saber o que é API e o porquê elas têm se tornado cada vez mais populares e importantes, é fundamental para o seu negócio.
De acordo com um estudo realizado pela Research and Markets, espera-se que o tamanho do mercado de gerenciamento de API cresça de US$ 4,5 bilhões em 2022 para US$ 13,7 bilhões em 2027, a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 25,1%.
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Fonte: Research and Markets[/caption]
Dada a atratividade desse modelo de negócios, não é surpresa que o número de startups que prestam seus serviços por meio de uma API tenha explodido.
Mas, afinal, o que é API e para que ela serve? Neste artigo, iremos explicar tudo o que você precisa saber sobre o assunto.
Afinal, o que é API?
API é a sigla em inglês de Application Programming Interface ou, em português, Interface de Programações de Aplicativos, e nada mais é do que um conjunto de definições, rotinas e protocolos de que são usados para o desenvolvimento e integração de softwares ou aplicações.
Ela define as formas pelas quais os componentes de software devem se comunicar entre si, permitindo que diferentes sistemas possam interagir uns com os outros.
Além disso, a API fornece um conjunto de funcionalidades pré-definidas que podem ser utilizadas por outros aplicativos ou sistemas, sem que seja necessário que os desenvolvedores precisem conhecer todos os detalhes do código fonte.
Isso facilita a integração entre diferentes plataformas, pois permite que as informações sejam compartilhadas de forma mais rápida e segura.
Na Clicksign, por exemplo, as soluções de integração permitem incorporar a assinatura eletrônica ao site ou aplicativo de uma empresa através de uma API simples, possibilitando aos clientes que possam assinar documentos sem precisar sair do ambiente em que já estão acostumado.
Origem das APIs: como tudo começou?
A história das APIs é relativamente curta, datando apenas das últimas décadas do século XX. De acordo com o estudo "A Economia das APIs" feito pela Deloitte, essa evolução pode ser dividida em quatro fases.
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Fonte: Deloitte[/caption]
1960-1980: a era dos mainframes e dos sistemas monolíticos
A década de 1960 foi marcada pelo surgimento dos mainframes, grandes computadores centralizados que processavam grandes volumes de dados para empresas e governos. Nesta época, as APIs não existiam no formato que conhecemos hoje. Em vez disso, os sistemas eram construídos como monolitos, com todo o código e funcionalidade em um só lugar. Isso tornava difícil conectar diferentes sistemas e compartilhar informações entre eles.
1980-1990: o surgimento das APIs em serviços financeiros
Com o surgimento de tecnologias de rede nos anos 80, começaram a ser desenvolvidos os primeiros sistemas distribuídos. O setor financeiro foi um dos primeiros a adotar as APIs, utilizando serviços como a SWIFT, que permitia a comunicação entre bancos e instituições financeiras de todo o mundo. Ainda assim, as APIs eram usadas principalmente em sistemas internos e a comunicação entre sistemas de empresas diferentes ainda era limitada.
1990-2000: a internet e as primeiras APIs web
Nos anos 90, a internet se popularizou e se tornou uma plataforma global para comunicação e comércio. A World Wide Web foi criada em 1991 e, a partir daí, as APIs começaram a evoluir para sua forma moderna.
Surgiram os primeiros protocolos de comunicação web, como o HTTP e o HTML, e as primeiras APIs web, permitindo que desenvolvedores acessassem informações e serviços de outras companhias pela internet.
APIs como o eBay, o Amazon Web Services e o Salesforce foram criadas neste período, pavimentando o caminho para a economia de API que conhecemos hoje.
2000-atualmente: a explosão da economia de API
Nos últimos anos, a API economy explodiu em popularidade, à medida que cada vez mais empresas começaram a adotar APIs como uma maneira de se conectar a outros sistemas e serviços.
Além disso, com o desenvolvimento de padrões como REST e JSON, tornaram-se cada vez mais padronizadas e fáceis de usar.
Hoje, milhões de APIs estão disponíveis em todo o mundo, permitindo que desenvolvedores e não desenvolvedores criem aplicativos inovadores que se relacionam com uma variedade de serviços e fontes de dados.
Para que serve uma API?
A API tem como objetivo permitir que diferentes sistemas possam se comunicar de forma mais eficiente, possibilitando a integração entre plataformas e aplicativos. Dessa forma, é possível otimizar processos e aumentar a eficiência das operações.
As APIs também são muito utilizadas para permitir o acesso a dados e informações de terceiros, como redes sociais, serviços de geolocalização, ferramentas de análise de dados e muitos outros.
Dessa maneira, os desenvolvedores conseguem criar aplicativos mais completos e integrados para oferecer uma melhor experiência para os usuários.
Além disso, uma API pode ser utilizada para criar novos serviços e produtos, como os aplicativos de delivery, que utilizam as APIs de serviços de mapas e geolocalização para rastrear e entregar os pedidos de seus consumidores.
Em sua essência, o objetivo de uma API é permitir que um sistema específico possa recorrer às funcionalidades dos demais sem que seja necessário ao usuário migrar entre as plataformas.
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Fonte: RedHat[/caption]
APP versus API
Embora aplicativos (apps) e APIs (Application Programming Interfaces) tenham relação com software e tecnologia, tratam-se de conceitos diferentes.
Aplicativos são programas que podem ser baixados e instalados em dispositivos, como smartphones, tablets ou computadores. Eles fornecem uma interface gráfica para o usuário interagir com o software e realizar tarefas específicas, como editar fotos, enviar mensagens ou fazer compras online.
Por outro lado, APIs, como dito anteriormente, funcionam como uma espécie de intermediário, permitindo que aplicativos sejam integrados e compartilhem dados e recursos entre si.
Como funciona uma API: exemplos práticos
As APIs têm sido amplamente utilizadas em diversos campos, desde a integração de sistemas corporativos até o desenvolvimento de aplicativos móveis e web. Algumas das principais vantagens de se utilizar APIs são a possibilidade de reutilização de código e a facilidade de integração entre sistemas.
Para entender como, de fato, esse conjunto de comandos, funções, protocolos e objetivos funciona, que tal aprender na prática através de exemplos?
- Suponha que você esteja desenvolvendo um aplicativo de previsão do tempo e deseja obter informações atualizadas de uma fonte confiável. Em vez de escrever todo o código para acessar essas informações, você pode utilizar uma API de previsão do tempo. Essa API geralmente terá uma documentação que descreve como se comunicar com ela, incluindo quais parâmetros enviar e como interpretar a resposta. Por exemplo, ela pode permitir que você especifique a localização para a qual deseja obter a previsão do tempo, como uma cidade ou um código postal. Em seguida, a API retorna um conjunto de dados estruturados contendo informações como a temperatura atual, as condições do tempo e as previsões para os próximos dias.
- Outro exemplo de uso comum de APIs é no setor financeiro. Empresas de serviços financeiros podem usar APIs para acessar dados de mercado atualizados em tempo real, que podem ser usados para tomar decisões de investimento informadas. Esses dados podem incluir preços de ações, taxas de câmbio, preços de commodities e muito mais.
- No setor jurídicos, elas também são muito comuns. Um advogado necessita de um certificado digital para logar em determinado aplicativo e protocolizar documentos com validade jurídica, porém ele não precisa entrar tanto no sistema da assinatura de documentos online como no do certificado digital para que ambos tenha essa validade: basta apenas ele fazer seu login na plataforma de uso final (INSS ou Projudi, por exemplo), e ali, por uma API que faz com que os sistemas de assinatura eletrônica da OAB se comuniquem com o site da ICP-Brasil, ele consegue validar um documento e ainda compartilhá-lo;
- No e-commerce, isso pode ser notado na aba de pagamento: o consumidor está no site da sua loja preferida, escolhe seu produto ou serviço, coloca no carrinho e finaliza a compra com seus dados bancários no mesmíssimo domínio, sem precisar ir até o site do banco. Essa comunicação entre o e-commerce e a rede bancária se dá por meio de uma API.
Além disso, as APIs também são usadas em muitas outras áreas, como em redes sociais, serviços de armazenamento em nuvem, serviços de localização e muito mais.
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Ecossistema atingido pelas APIs | Fonte: Google Cloud[/caption]
Tipos de API
De um modo geral, vemos vários modelos de APIs se desenvolvendo para que as companhias possam impulsionar sua presença online e se conectarem com outras empresas e desenvolvedores.
1) API Pública
A API pública é aquela que qualquer pessoa pode acessar e usar livremente. Esse tipo de API é frequentemente usado para fins de marketing e para incentivar outros desenvolvedores a criarem aplicativos que se integrem com a plataforma da empresa.
As APIs públicas são comumente encontradas em plataformas de redes sociais, serviços de nuvem e sites de comércio eletrônico.
2) API Privada
A API privada é uma interface de programação de aplicativos que é usada dentro de uma organização. Essas APIs são usadas principalmente para conectar sistemas e aplicativos internos, como banco de dados, sistemas de gerenciamento de conteúdo e aplicativos empresariais.
As APIs privadas são acessíveis apenas por pessoas autorizadas dentro de uma instituição, como devs e gerentes de TI.
3) API Partner
A API partner é uma espécie de API privada que é compartilhada com um número limitado de parceiros de negócios selecionados. Essas APIs são usadas para permitir que parceiros de negócios se integrem com sistemas ou aplicativos específicos, como em programas de afiliados ou em parcerias de distribuição.
As APIs de parceiros geralmente exigem autenticação e autenticação para garantir que apenas os parceiros de negócios selecionados possam acessar a API.
4) API Horizontal
As APIs horizontais são aquelas que atendem a uma ampla variedade de setores e funções de negócios. Essas APIs são geralmente amplas e genéricas em termos de funcionalidade e destinadas a um vasto público.
Um exemplo comum de API horizontal é o Google Maps API, que pode ser usado por empresas em uma ampla variedade de setores, como varejo, logística e turismo.
5) API Vertical
As APIs verticais são aquelas que se concentram em setores específicos ou em funções de negócios específicas. Essas APIs são geralmente mais especializadas e voltadas para um público-alvo específico.
Um exemplo de API vertical é o Salesforce API, que é voltado para empresas de vendas e marketing e é projetado para ser integrado com sistemas de gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM).
6) API Facilitadora
As APIs facilitadoras são aquelas que não são projetadas para serem usadas diretamente por consumidores finais, mas sim para facilitar a integração entre outras APIs.
Essas APIs geralmente lidam com funções específicas, como autenticação, gerenciamento de identidade ou gerenciamento de pagamentos, e são usadas para integrar outras APIs em conjunto.
Um exemplo de API facilitadora é o Stripe, que é uma API de gerenciamento de pagamentos que permite que outras empresas aceitem pagamentos online de seus clientes.
Independentemente do tipo de API adotado, é importante garantir que elas sejam seguras, escaláveis (para lidarem com um grande volume de tráfego e solicitações de usuários) e projetadas com segurança para evitar vulnerabilidades e ataques cibernéticos. Alguns exemplos de companhias API-first incluem:
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Exemplos de negócios interessados em API-first | Fonte: Georgian[/caption]
Quando fazer a integração via API e por que isso é importante?
Basicamente, uma empresa deve pensar em fazer integrações via API quando precisa conectar seus sistemas internos ou externos a outros sistemas, aplicativos ou serviços.
Afinal, são as APIs permitem que diferentes sistemas conversem entre si, compartilhem informações e funcionem de maneira integrada.
A integração é especialmente importante em empresas que possuem diferentes sistemas ou aplicativos, como sistemas de gestão empresarial (ERP), sistemas de gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM), sistemas de marketing, plataformas de e-commerce, entre outros. Nesses casos, é comum que os dados estejam armazenados em diferentes sistemas e aplicativos, o que pode dificultar o acesso e o uso dessas informações.
Dessa maneira, esses sistemas podem ser conectados, permitindo que os dados sejam trocados de maneira automatizada e em tempo real, ajudando a aumentar a eficiência, reduzir custos e melhorar a tomada de decisões da organização.
Além disso, a integração via API também pode ser útil para empresas que desejam conectar seus sistemas a serviços de terceiros, como serviços de pagamento, de logística, de análise de dados, assinatura eletrônica... Vejamos um pouco mais sobre essa última funcionalidade.
Integrando a assinatura eletrônica às soluções da sua empresa via API
Com a evolução da tecnologia e a crescente necessidade de trabalhar remotamente, a assinatura eletrônica se tornou uma opção cada vez mais popular e confiável para assinar documentos de forma online.
No entanto, muitas companhias ainda não sabem como integrar esse recurso ao seu site ou aplicativo e, consequentemente, perdem grandes oportunidades de formalizar negócios. Felizmente, isso pode ser resolvido com a utilização de uma API.
Nesse caso, a integração pode ser feita de várias maneiras, dependendo do sistema existente e das necessidades da empresa.
Algumas das possibilidades incluem a integração da API diretamente na interface do usuário da solução existente, a criação de um fluxo de trabalho personalizado que use a API para gerar e assinar documentos, ou a integração de uma ferramenta de gerenciamento de documentos que já tenha a funcionalidade de assinatura eletrônica incorporada.
Aqui na Clicksign, é possível integrar ferramentas com a nossa plataforma sem precisar de conhecimentos avançados em programação através do Zapier. Veja como é simples automatizar os seus fluxos de trabalho:
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Benefícios do uso de uma API na integração de sistemas
Sem dúvidas, a integração da assinatura eletrônica ou outras features através de uma API pode trazer muitos benefícios para uma empresa.
- Redução de custos: uma API pode ajudar a reduzir os custos de integração, eliminando a necessidade de desenvolver soluções personalizadas e reduzindo o tempo gasto em testes e desenvolvimento de sistemas. Ela também pode ajudar a economizar tempo e dinheiro, eliminando a necessidade de criar interfaces personalizadas para cada sistema.
- Melhoria da eficiência: a integração de sistemas através de uma API pode melhorar a eficiência da empresa, permitindo que as informações sejam trocadas rapidamente e sem erros. Ela pode simplificar processos complexos, reduzir a duplicação de dados e garantir a integridade das informações.
- Flexibilidade: o uso de APIs pode permitir, ainda, que as empresas se adaptem rapidamente a novas tecnologias e requisitos do mercado. Isso pode ajudá-las a permanecer competitivas em um ambiente em constante mudança.
- Melhoria da experiência do usuário: essa integração pode melhorar a experiência do usuário, permitindo que os sistemas se comuniquem e troquem informações de forma transparente, ajudando a reduzir os tempos de espera e aumentando a eficácia do suporte.
- Segurança: finalmente, o uso de uma API pode ajudar a melhorar a segurança dos dados, garantindo que as informações sejam transmitidas de forma criptografada e segura, bem como garantindo a conformidade com as leis e regulamentos de privacidade, como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Se você ainda não usa APIs para integrar seus sistemas, agora é um bom momento para começar a considerar essa opção.
A economia de API é só o começo
Com cada vez mais empresas utilizando APIs para compartilhar dados e informações com parceiros e clientes, a economia de API está em constante crescimento, tornando-se uma ferramenta essencial para os desenvolvedores de software e empreendedores.
Em linhas gerais, a economia de API pode ser definida pela maneira como as organizações usam APIs para melhorar a eficiência e a lucratividade, otimizando recursos e abrindo novas oportunidades de receita por meio do ecossistema digital mais amplo.
De acordo com o relatório State of API Economy 2021 produzido pelo Google, mais de 90% das empresas pesquisadas afirmam que as APIs são essenciais para suas estratégias de negócios digitais e mais de 80% relataram que uma cultura de APIs é essencial para o sucesso desse modelo.
Assim, ao possibilitar a troca e o acesso a uma variedade de APIs de código aberto e pagas que aceleram o desenvolvimento de aplicativos e removem a maioria dos processos manuais, elas têm impulsionado a transformação digital em todo o mundo.
Logo, as APIs, como todos os ativos técnicos, são tão boas quanto os resultados que produzem – e quem as adota, quando e por que, são os elementos que determinarão ou não o seu sucesso.
Finalmente, se além de saber o que é API, você deseja saber mais sobre como a integração da Assinatura de Documentos Online com validade jurídica pode revolucionar os seus processos, clique aqui e fale com um especialista.